Existe
um assunto que sempre foi ou sempre deveria ter sido de relevância e que com a
internet parece tomar
uma proporção mais séria. O assunto é a confiabilidade da informação e como
selecioná-la.
Com
o tempo passando e a tecnologia distanciando as pessoas (em termos de contato
real) é normal que a
informação comece a ser acessada muito mais virtualmente do que de qualquer
outra forma.
Eu
pessoalmente, mesmo tendo apenas 23, ainda sinto um pouco a falta do contato
com o papel, do contato
olho no olho.
No
contato olho no olho pode-se avaliar melhor qual é a reação da pessoa a cada
coisa que ela mesma
fala ou que você fala. Mesmo um bom mentiroso não é perfeito. Sempre haverá
como pegar a pessoa num momento ou em outro. Penso que isso facilita a
seleção da informação.
Por
outro lado fico pensando que, em termos de averiguar a veracidade da
informação, o livro não se diferencia muito da internet. O acesso ao autor era até mais
difícil (quando a internet não era tão usada) do que é hoje. Então o homem
confiava simplesmente no nome da empresa ou na quantidade de vendas
do livro.
Mesmo
assim ainda tenho a impressão, que acho que muitos também têm, de que o livro
passa mais credibilidade.
Imagino que tudo se deva ao fato de que existe muito mais do que podemos ver no
mundo virtual.
Acho
que acabamos nos apegando a um livro. O livro começa e acaba ali onde se pode
ser. Essa ideia tão
concreta de tamanho penso que acaba passando mais segurança. Pelo menos aos mais
velhos (me acho velho às vezes).
O
virtual parece ter caído como uma luva para aqueles que gostam de se esconder
por traz de fachadas
para enganar. Acho que isso e uma certa resistência a mudar de paradigma
acabam fazendo com que muitos sintam uma desconfiança pelo virtual e
tecnológico.
De
qualquer forma é totalmente natural, e acredito que também necessário,
desconfiar. A desconfiança pode ser uma benção se usada moderadamente. Natural do povo
mineiro, esse atributo em doses moderadas vai te permitir receber uma
informação e questionar a veracidade do que se lê para pelo menos garantir
que você não está aceitando qualquer coisa a qualquer hora.
É
saber que aquilo que se lê não é totalmente confiável, mas que tem valor. Mais
importante do que só
isso eu acho que é a consequência natural dessa atitude. Acredito que quando
você souber ouvir de tudo avaliando o que é bom ou não você se torna mais
inteligente, mais capaz de decidir, mais aberto a conversas com o outro.
Enfim, uma pessoa muito melhor. E adquirir essa capacidade é muito difícil. É
saber desistir momentaneamente das suas convicções para poder ver as do
outro.
Pode
reparar leitor que as melhores conversas da sua vida devem ter sido com pessoas
que sabiam te ouvir,
opinando e avaliando vários dos lados possíveis.
É
utópico pensar que um dia todos vão saber selecionar perfeitamente a informação
que recebem. É utópico
imaginar que eu mesmo vou uma dia conseguir selecionar da melhor forma o que eu
vejo, mas ainda sim acredito que tentando vou me tornando melhor. Um passo
de cada vez, seja pra frente ou pra trás, mas sempre
dando
o passo.
Gostei muito do texto.
ResponderExcluirConcordo com você no que se refere à informação, mas acredito (ou tento acreditar) que a educação ajuda muito nesse aspecto. Quando se tem conhecimento as portas são várias mas as escolhas são mais sábias.
Acredito na internet como uma fonte incrível de descobrimento. Só temos que aprender a lidas com ela e com nossos limites.
Muito válido. Um acesso bom à educação pode facilitar muito a hora da escolha.
ExcluirObrigado pelo comentário