domingo, 3 de março de 2013

Cidade Maravilhosa


  
                           (foto tirada por mim)


Apenas o terceiro post esse ano. A falta de ideias que está até escrita no post de janeiro deste ano já durou mais do que eu gostaria. Então vamos lá...

De férias do trabalho fui de viagem ao Rio de Janeiro e me impressionei.

Já tinha ido algumas vezes mas fazia muito tempo que não ia especificamente para turismo e nunca tinha ido sozinho. Então dessa vez pude ver e reparar muitas coisas que não me chamariam a atenção antigamente.

A primeira coisa que se repara, não podia ser outra senão a beleza da cidade. Cidade maravilhosa parece bastante adequado quando se está aos pés do cristo redentor, observando boa parte da cidade e da natureza que a cerca.

Rio de Janeiro que é muitos “rios” ao mesmo tempo. Pude visitar a lapa, a urca, o centrão, além da tão famosa copacabana. Vi nesses lugares, quatro caras bem distintas da cidade, desde a jovem e boêmia lapa até a calma e quase interiorana urca, onde, por sinal, moram Lenine e Roberto Carlos (e possivelmente outros famosos).  

Nem mesmo o calor úmido, que dava uma sensação de quase 50°C, atrapalhou o passeio.

Mas, infelizmente, como não podia deixar de ser nesse nosso amado Brasil veranil, não foi só essa parte boa que impressionou.

Pegando ônibus e lidando diretamente com as pessoas em diversos lugares, pude ver como os cariocas que trabalham com serviços são rudes e impacientes. Me assustei algumas vezes com respostas que mais pareciam ofensas ou brigas a simples perguntas de direção ou de preço de um produto. Vi até um estrangeiro fazendo uma cara de espanto e surpresa ao receber uma resposta que, mesmo não compreendendo totalmente, percebeu ser bastante grosseira.

Uma vergonha para a cidade que vai receber olimpíadas e que já recebe hoje tantos turistas. Por falar neles, a parte do estrangeiro não ter compreendido a resposta que lhe haviam dado me leva à outra surpresa. Mesmo o Rio, que é provavelmente a principal cidade brasileira para o turismo internacional, não está nada preparada para receber turistas. Os mesmo funcionários da área de serviços, além da “delicadeza” falada acima, não sabem se comunicar com os estrangeiros.  

Isso sem citar a já conhecida sujeira. Muitas partes turisticas do Rio são sujas demais para uma cidade tão importante.

Uma cidade que é vista no exterior como a imagem, o cartão de visitas, do Brasil, uma cidade que vai receber as olimpiadas e, portanto, vai receber autoridades, atletas e turistas de todo o mundo não podia ser assim. Mesmo sabendo como é esse nosso querido país, disfuncional, enrolado e corrupto, espera-se mais em relação a uma cidade que é vendida (pelo próprio governo) como o cartão de visitas do país.

As fotos tiradas me mostram a parte linda da cidade. Coisas que definitivamente não vou esquecer e que quero ver de novo um dia. Mas, infelizmente, na mente vem essa parte ruim e preocupante que me faz perguntar: se uma de nossas principais portas de entrada é assim, o que será que os estrangeiros pensam da gente?

Baixo






Baixo. Instrumento que, geralmente, tem quarto cordas e que, atualmente, tem configuração visual semelhante à da guitarra elétrica. Instrumento responsável por produzir os sons graves na música (principalmente fora do mundo das orquestras e big bands). Tido em algumas definições como o instrumento responsável por conectar harmonia e ritmo ( no caso do rock isso quer dizer guitarra e bateria ) e também por definir o pulso da música.

Uma definição em muitos casos, na minha opinião, é feita simplesmente pela necessidade de definir. Algo que acho que sentimos muito. Sentimos vontade de definir, separar e classificar as coisas como forma de organizá-las.  A definição apresentada, como muitas outras pra mim, não traz muito sobre esse instrumento incrível.

Acho que muitas bandas de muitos e diversos estilos, infelizmente, usam o baixo seguindo bem essa definição. O baixo está lá para conectar guitarra e baixo apenas. Muitas boas bandas que possuem virtuosos baixistas às vezes fazem isso. Com frequência o baixo nem mesmo aparece.

Fui uma vez ao show de uma banda em BH que, mesmo quando as duas guitarras  se uniam para fazer melodias com dobra ( duas guitarras ao mesmo tempo ), o baixo não aparecia. O baixo estava inaudível, jogado ao fundo para de vez em quando dar as caras.

Quando comecei a gostar do baixo como instrumento ainda tocava e ouvia praticamente só rock / metal. Queria muito comprar uma baixo na época, mas acabei sendo convencido por um amigo a mudar de ideia. Foi uma excelente coisa. Talvez se eu tivesse continuado com a ideia acabaria por desistir depois, visto que, como dito acima, o baixo no rock não costuma ser muito importante.

Anos depois, mais precisamente 5 anos depois, tive oportunidade de tocar na banda Joupive (www.joupive.com.br) que toca funk americano e tive contato com um estilo onde o baixo manda. Eu, que já era mais exigente com o baixo, desde então, comecei a ficar ainda mais quando me aprofundei no funk americano, soul music e jazz.

Fui descobrindo que a definição é realmente muito vaga. O baixo pode e deve ser usado e abusado como um instrumento importante e (porque não?) até principal na música. Explorar esse instrumento pode gerar resultados absolutamente únicos. Sons novos, músicas novas, ricas e como a gente diz na música: preenchidas.

No caso da banda ali em cima, a música seria preenchida se, quando as guitarras dobrassem, o baixo aparecesse em alto e bom som mantendo a música lá, clara e definida. Você não sente que algo está faltando quando a música é bem preenchida. Mesmo se um dos instrumentos parar. 

Felizmente há muitos bons exemplos disso ai como as bandas Rush, Motorhead e Tarot (na maioria das músicas). Fora do rock podemos citar o Jamiroquai como um grande exemplo do baixo como instrumento essencial e principal em muitas músicas.

Segue ai uma pá de bons exemplos do baixo sendo usado como ele merece:

Rush – YYZ

Motorhead – Ace of Spades

Tarot – Pyre of Gods

Jamiroquai – Travelling Without Moving

Em geral, as bandas citadas são bons exemplos . Há ainda outros exemplos dentro de vários estilos ao longo do mundo.

O que importa é: o baixo pode perfeitamente ser o centro de uma música, tendo os outros instrumentos para acompanhar.  Não existe teoria, fórmula, definição para chegar num resultado desse. Então, o que penso disso é que ser baixista significa tentar explorar a riqueza do instrumento, fugir do óbvio, fugir do fácil e se dar um tempo para pensar e trabalhar a sua parte na música. Essa é a única forma de sair do fundão da banda e da função de pouca ou nenhuma importância que, infelizmente, atinge a maioria dos baixistas por ai.