Baixo. Instrumento que, geralmente,
tem quarto cordas e que, atualmente, tem configuração visual semelhante à da
guitarra elétrica. Instrumento responsável por produzir os sons graves na
música (principalmente fora do mundo das orquestras e big bands). Tido em
algumas definições como o instrumento responsável por conectar harmonia e ritmo
( no caso do rock isso quer dizer guitarra e bateria ) e também por definir o
pulso da música.
Uma definição em muitos casos, na
minha opinião, é feita simplesmente pela necessidade de definir. Algo que acho
que sentimos muito. Sentimos vontade de definir, separar e classificar as
coisas como forma de organizá-las. A
definição apresentada, como muitas outras pra mim, não traz muito sobre esse
instrumento incrível.
Acho que muitas bandas de muitos e
diversos estilos, infelizmente, usam o baixo seguindo bem essa definição. O
baixo está lá para conectar guitarra e baixo apenas. Muitas boas bandas que
possuem virtuosos baixistas às vezes fazem isso. Com frequência o baixo nem
mesmo aparece.
Fui uma vez ao show de uma banda em
BH que, mesmo quando as duas guitarras
se uniam para fazer melodias com dobra ( duas guitarras ao mesmo tempo ),
o baixo não aparecia. O baixo estava inaudível, jogado ao fundo para de vez em
quando dar as caras.
Quando comecei a gostar do baixo como
instrumento ainda tocava e ouvia praticamente só rock / metal. Queria muito
comprar uma baixo na época, mas acabei sendo convencido por um amigo a mudar de
ideia. Foi uma excelente coisa. Talvez se eu tivesse continuado com a ideia acabaria por desistir depois, visto que, como dito acima, o baixo no rock não costuma ser muito importante.
Anos depois, mais precisamente 5
anos depois, tive oportunidade de tocar na banda Joupive (www.joupive.com.br) que toca funk
americano e tive contato com um estilo onde o baixo manda. Eu, que já era mais
exigente com o baixo, desde então, comecei a ficar ainda mais quando me
aprofundei no funk americano, soul music e jazz.
Fui descobrindo que a definição é
realmente muito vaga. O baixo pode e deve ser usado e abusado como um
instrumento importante e (porque não?) até principal na música. Explorar esse
instrumento pode gerar resultados absolutamente únicos. Sons novos, músicas
novas, ricas e como a gente diz na música: preenchidas.
No caso da banda ali em cima, a
música seria preenchida se, quando as guitarras dobrassem, o baixo aparecesse
em alto e bom som mantendo a música lá, clara e definida. Você não sente que
algo está faltando quando a música é bem preenchida. Mesmo se um dos
instrumentos parar.
Felizmente há muitos bons exemplos
disso ai como as bandas Rush, Motorhead e Tarot (na maioria das músicas).
Fora do rock podemos citar o Jamiroquai como um grande exemplo do baixo como
instrumento essencial e principal em muitas músicas.
Segue ai uma pá de bons exemplos do
baixo sendo usado como ele merece:
Rush – YYZ
Motorhead – Ace of Spades
Tarot – Pyre of Gods
Jamiroquai – Travelling Without
Moving
Em geral, as bandas citadas são
bons exemplos . Há ainda outros exemplos dentro de vários estilos ao longo do
mundo.
O que importa é: o baixo pode
perfeitamente ser o centro de uma música, tendo os outros instrumentos para
acompanhar. Não
existe teoria, fórmula, definição para chegar num resultado desse. Então, o que
penso disso é que ser baixista significa tentar explorar a riqueza do
instrumento, fugir do óbvio, fugir do fácil e se dar um tempo para pensar e
trabalhar a sua parte na música. Essa é a única forma de sair do
fundão da banda e da função de pouca ou nenhuma importância que, infelizmente,
atinge a maioria dos baixistas por ai.
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