domingo, 3 de março de 2013

Baixo






Baixo. Instrumento que, geralmente, tem quarto cordas e que, atualmente, tem configuração visual semelhante à da guitarra elétrica. Instrumento responsável por produzir os sons graves na música (principalmente fora do mundo das orquestras e big bands). Tido em algumas definições como o instrumento responsável por conectar harmonia e ritmo ( no caso do rock isso quer dizer guitarra e bateria ) e também por definir o pulso da música.

Uma definição em muitos casos, na minha opinião, é feita simplesmente pela necessidade de definir. Algo que acho que sentimos muito. Sentimos vontade de definir, separar e classificar as coisas como forma de organizá-las.  A definição apresentada, como muitas outras pra mim, não traz muito sobre esse instrumento incrível.

Acho que muitas bandas de muitos e diversos estilos, infelizmente, usam o baixo seguindo bem essa definição. O baixo está lá para conectar guitarra e baixo apenas. Muitas boas bandas que possuem virtuosos baixistas às vezes fazem isso. Com frequência o baixo nem mesmo aparece.

Fui uma vez ao show de uma banda em BH que, mesmo quando as duas guitarras  se uniam para fazer melodias com dobra ( duas guitarras ao mesmo tempo ), o baixo não aparecia. O baixo estava inaudível, jogado ao fundo para de vez em quando dar as caras.

Quando comecei a gostar do baixo como instrumento ainda tocava e ouvia praticamente só rock / metal. Queria muito comprar uma baixo na época, mas acabei sendo convencido por um amigo a mudar de ideia. Foi uma excelente coisa. Talvez se eu tivesse continuado com a ideia acabaria por desistir depois, visto que, como dito acima, o baixo no rock não costuma ser muito importante.

Anos depois, mais precisamente 5 anos depois, tive oportunidade de tocar na banda Joupive (www.joupive.com.br) que toca funk americano e tive contato com um estilo onde o baixo manda. Eu, que já era mais exigente com o baixo, desde então, comecei a ficar ainda mais quando me aprofundei no funk americano, soul music e jazz.

Fui descobrindo que a definição é realmente muito vaga. O baixo pode e deve ser usado e abusado como um instrumento importante e (porque não?) até principal na música. Explorar esse instrumento pode gerar resultados absolutamente únicos. Sons novos, músicas novas, ricas e como a gente diz na música: preenchidas.

No caso da banda ali em cima, a música seria preenchida se, quando as guitarras dobrassem, o baixo aparecesse em alto e bom som mantendo a música lá, clara e definida. Você não sente que algo está faltando quando a música é bem preenchida. Mesmo se um dos instrumentos parar. 

Felizmente há muitos bons exemplos disso ai como as bandas Rush, Motorhead e Tarot (na maioria das músicas). Fora do rock podemos citar o Jamiroquai como um grande exemplo do baixo como instrumento essencial e principal em muitas músicas.

Segue ai uma pá de bons exemplos do baixo sendo usado como ele merece:

Rush – YYZ

Motorhead – Ace of Spades

Tarot – Pyre of Gods

Jamiroquai – Travelling Without Moving

Em geral, as bandas citadas são bons exemplos . Há ainda outros exemplos dentro de vários estilos ao longo do mundo.

O que importa é: o baixo pode perfeitamente ser o centro de uma música, tendo os outros instrumentos para acompanhar.  Não existe teoria, fórmula, definição para chegar num resultado desse. Então, o que penso disso é que ser baixista significa tentar explorar a riqueza do instrumento, fugir do óbvio, fugir do fácil e se dar um tempo para pensar e trabalhar a sua parte na música. Essa é a única forma de sair do fundão da banda e da função de pouca ou nenhuma importância que, infelizmente, atinge a maioria dos baixistas por ai. 



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